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também
sobre o homem que dorme na ponte parada
todas as línguas se
reduzem a nada e porém volta e volta o homem
a boca-de-peixe-aberta instalada
sobre a face que dorme e se escava
a olhar nos olhos de vidro pessoas-janela
[ esqueletos em carros que afasta lá-dentro esfumados
] estação-fronteiriça sem porta de entrada
ecoa no fundo um silvo agudado
[ ai, sobre o pequeno homem-da-barca cristalizado
atravessa-os-dias o ouro tumular do rio-nada
caem domingos gelados patos bravos estranhos
levitando passagens
sobre o homem morto-quase-morto-embora
as margens nos bolsos respirem caladas
o menino que vive desde sempre acordado
pergunta dos outros e assim se aflui ao escuro do côa
[ a restos-nunca-tecidos gravuras-paleolizadas
ofertando a quem passa mais nu o desejo primeiro
do seu brilho ártico
o mais duro ocre atado a venenos vários
] fios-de-ovos sanguessugas arroz-acre e
rabanadas
.