~



saisnã - repes ]]











li uns poemas duma mulher que espera eternamente
um homem que não conhece
os poemas duram há anos e são quase todos iguais
alinham-se como um longo exílio
multiplicando-se [ calados

ela chama-lhe meu amor [ que como se sabe
em todas as línguas se diz mi amor


(( mi amor miamormiamor r r r r r r r



o homem afirma que a mulher não o conhece
e assim parecem um livro de duras ou de yourcenar

diz ele que nunca se viram nem faz ideia

a mulher faz crer que sim em tudo o que escreve
sobre a margem passados - esboços de preia-mar

] é muito intrigante e algo inquietante
como um cravo espetado em olho nu
ou pé de rosa
ou livro d´horas

[ como orquídea vermelha crescendo
por dentro do estrangeiro no peito de
camus

como voo inusitado numa só asa,